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segunda-feira, 24 de maio de 2010

HEROIS ANONIMOS

A Doutora Helena viu a enfermeira Benedita Juntamente com o enfermeiro Rui cuidando de um paciente no corredor do grande hospital, ficou curiosa, sempre que aqueles dois se juntavam era porque alguém poderia estar sem atendimento, se aproximou.
Os três juntos formavam as aberrações do hospital. Benedita a enfermeira, possuía paixão pela sua tarefa, seu auxilio, dedicação, carinho aos pacientes mais humildes iam sempre contra os interesses da administração, como não podiam despedi-la a colocaram numa sala apenas para separar fichas.

Rui era considerado um enfermeiro louco, exercia a sua função com energia impressionante, nunca estava cansado, carregava pacientes nos braços. Fazia o que fosse possível nas horas mais difíceis, se preciso fosse subia escadas com pacientes em cadeiras de rodas ou macas, uma verdadeira máquina de trabalho, mas sempre atencioso com os doentes, ficava atento ao atendimento e às vezes chamava atenção dos médicos, em relação aos procedimentos, a cada paciente dispensava tratamento de amigo, e nas horas de folga dedicava seu tempo, a bater papo nas salas de atendimento.
Suas ações também sempre iam contra os interesses da administração, por isso, sempre o jogavam nas piores tarefas, e procuravam tolher suas ações.

Helena se tornara médica por vocação, muito séria e às vezes ríspida, medicava com energia e coragem, colocava sempre os interesses do paciente em primeiro plano, um pouco materialista, porém ouvia muito a voz do coração, também a administração a perseguia, mas a sua atuação a fizeram uma médica imprescindível naquela ala hospitalar.
Para os administradores aquele trio representava grande problema.
Todavia à noite, um concerto de orações se dirigia ao criador, pedindo benção para eles, os doentes humildes agradeciam a ajuda.

A doutora afagou o ombro de Benedita e perguntou: _”Quem é esse paciente? Benedita respondeu: _” Nós o chamamos de "Bendito" porque sempre ele usa esta palavra para nos agradecer o tratamento, mas é um indigente não tem documentos, não tem parentes ou amigos parece que é sozinho no mundo.”
Na maca estava um homem idoso, com as marcas do sofrimento no rosto, via-se nitidamente pessoa abatida pelas necessidades, alguém que provavelmente passara muita fome, frio, no olhar o sofrimento de alguém que não suportava mais as dores.
A médica, decidida e pratica, o examinou, constatou o seu estado gravíssimo, sentiu no coração que nada mais poderia fazer, tratamento ou medicação alguma reverteria o quadro, o paciente já estava começando a sentir os sinais da morte, com respiração dificílima.
Rui meio rindo falou: _”Doutora, parece brincadeira mas os únicos amigos do Bendito, são dois cachorros que há dias não arredam pé da frente do hospital e só não entram porque os guardas não deixam.”

Neste momento iluminada entidade espiritual se aproxima e toca a fronte de Helena, ela sente uma alegria interior inexplicável, um sentimento de compaixão profundo, fica feliz já havia sentido isso antes e fala, sorrindo:
_”Deixa que Eu falo com os amigos dele”
Sai do hospital com passos decididos, atravessa a rua, os dois animais se levantam, levantam as orelhas como se soubessem que a Doutora vinha falar do amigo internado.
Ela compra alguns frios na mercearia da esquina, o balconista enquanto embrulha pedaços de lingüiça defumada comenta:
_” Doutora se a senhora estiver levando para dar aos cachorros, acho que é perda de tempo, fazem dias que eles estão aqui e tudo que ofereci eles não aceitaram”- ela sorri e responde;
_”Eu sei, eles estão tristes porque o amigo se encontra internado, mas vou tentar alimentá-los, muito obrigado.”
Ela senta na escada da saída do estabelecimento e chama os animais com palavras carinhosas, o cachorro menor parecendo ser o mais velho se aproxima lentamente, Helena fala:
_Meus queridos a noticia que tenho para vocês não é nada boa, o bendito está muito mal e acredito que hoje ele vai ao encontro de Deus. –
Viu no olhar dos cachorros muita tristeza, ofereceu os alimentos, o cachorro maior se aproximou, mas ficou aguardando a autorização do animal menor, que mal olhou para as iguarias. Helena acariciou o pêlo do cão menor e insistiu...
_”Não adianta nada vocês ficarem sem comer, o Bendito não tem mais chances... é melhor vocês seguirem com suas vidas, vamos comam vocês precisam”... - Dali apouco os cães comiam com muito apetite.
Lágrimas grossas desceram pelo rosto da Médica, Helena pensou consigo mesma. “Nunca em minha vida senti tanta felicidade em alimentar animais”
Retornou para o hospital sem se importar com os olhares esquisitos das pessoas que assistiam a cena.
Havia no ar uma atmosfera de paz e harmonia, todas as pessoas do hospital sentiam uma espécie de alegria.
O estado de Bendito ficava cada vez pior, Benedita e duas mulheres, trabalhadoras voluntarias oravam pela melhora do doente, Rui foi chamado para cuidar dos seus afazeres.

No plano espiritual a movimentação ficou intensa, enfermeiros, médicos, e todo tipo de auxiliares do mundo invisível, circulavam pelo hospital.
Roberto médico encarregado do caso Bendito, cumprimentou a iluminada entidade que tocara na fronte de Helena, falando:
_ ”Seja bem vinda nobre Doutora Claudia... Acho que toda esta movimentação é por causa da senhora, fomos informados que grande missionária do cristo viria buscar nosso tutelado, assim diversas entidades de todas as áreas vem em sua homenagem”
Claudia, com semblante iluminado respondeu: _ “Meu querido Roberto sou apenas uma auxiliar na grande falange do bem, agradeço o teu carinho, mas está equivocado, a informação que meu coração me diz é que a grande Missionária, já esta presente em nosso meio, incógnita, usando trajes grosseiros para sua estatura espiritual, estou aqui porque sei que logo que ela entrar em oração a sua vestimenta pesada que cobre o seu corpo vai se desfazer, então a conheceremos.”

Os médicos e enfermeiros se entreolharam, "Bendito", apresentava estar abandonado, nenhum parente apareceu para visitá-lo, nem no plano físico e nem no plano espiritual. Somente as trabalhadoras voluntarias vinham orar e prestar auxilio nos tratamentos. Quem seria esta servidora do Cristo presente no meio deles?

O estado de Bendito se agravou, no plano físico, Benedita pegou sua mão, Doutora Helena a postos sem mais nada poder fazer, e duas desconhecidas voluntarias assistiam seus últimos suspiros.
No mundo invisível, a maca estava rodeada de enfermeiros e médicos, o especialista médico que desliga o cordão de prata, estava a postos, em oração aguardando para agir.
Na cabeceira do moribundo uma senhora simpática servidora voluntaria, senta-se na maca e põe a cabeça de Benedito em seu colo, alisa suavemente o seu rosto...
Bendito dá os últimos suspiros e com olhos abertos olhando para o infinito começa a gemer alto.
Para o mundo físico são os estertores da morte, para o mundo maior, são o inicio de nova vida, ele balbucia:
_”Graças a Deus anjo Bendito vieste finalmente me buscar?....
Oh que felicidade.. que alegria.... Oh me Deus finalmente chegou a minha hora...
Os enfermeiros espirituais ficam surpresos... Será esta a Missionária tão esperada? Esteve com eles agindo como entidade comum, apenas auxiliando discretamente, e pensaram;
_Não.. não... Pode ser... Com certeza a servidora do Cristo ainda virá”
Roberto o médico encarregado de cuidar de "Bendito" se aproxima e pergunta;
_” A irmã é parente do nosso tutelado?
A mulher desconhecida que se apresentou como voluntária, com o rosto banhada em lágrimas fala:
_”Não meu querido irmão ele não é apenas meu parente....
Ele é, a Alma da minha Alma.... Fazem mais de quinze séculos que aguardo este momento sublime, é impossível para vocês avaliarem o meu martírio em vê-lo sofrer tanto e não agir, não interferir, infinitas vezes me perguntei para quê tantos poderes espirituais, tantas benesses recebidas se não posso compartilhar com o amor da minha alma.
A palavra meiga e sublime do Mestre Jesus nestes momentos me sustentavam, me pedindo paciência e aceitação dos desígnios do pai Celeste, acompanhei sempre que me permitiam cada passo cada erro cada falha cada acerto, e finalmente nesta existência ele conseguiu aliviar o seu carma e nosso Senhor Jesus me permitiu vir buscar, o meu tesouro.
Do fundo do meu coração agradeço a todos vocês que movidos apenas pelo prazer de servir o trataram...
Meu nome é "Marta"... Uma servidora de todos vocês em nome do Cristo...”

Enquanto Marta falava uma luz se acendeu em seu peito, as grossas formas que envolviam seu corpo se desmancharam e surgiu à visão de todos Belíssima mulher, causando Divino espanto nos tarefeiros espirituais.
Imensa ternura sentiram todas as entidades, que estavam aboletadas no hospital e nas adjacências
Com leve sinal ela autorizou o médico, que rapidamente desligou o cordão de prata, então "Bendito" saiu do corpo e ao ver Marta se ajoelhou chorando, não conseguiu falar.
Ele desmaiou, Marta o colocou nos braços como se fosse criança.
E orou...
Senhor Jesus... Não existem palavras que possam exprimir minha felicidade neste momento, desde aquele instante sublime que me tocaste o coração, a mais de dois mil anos, minha alma não vivenciou tanta felicidade. Ter a honra de servir em seu nome, me entregar de corpo e alma à sua causa de amor, no decorrer dos séculos, por diversas vezes me fizeram conhecer as dores mais atrozes.
As suportaria novamente Senhor... Infinitas vezes em agradecimento a este momento.
E te peço Divino Mestre... me permita distribuir todas as benesses, todas as energias de amor que emana de ti, em direção a minha Alma, a estes irmãos que estão presentes neste momento, me permita envolver este local com toda a luz e ternura do meu ser, desintegrar todas as vibrações negativas e aliviar a dor dos enfermos....
Agradeço-te Senhor da minha alma... a infinita felicidade que me ofereces.... com seu infinito amor...

Um verdadeiro Sol se acendeu naquele hospital.
Local destinado a sofrimentos e dores - todas as pessoas do mundo físico sentiram aquela efusão de amor, felicidade, a alegria se espalhou
Aconteceram algumas curas espontâneas, até aparelhos, lâmpadas prejudicadas pela ação dos trevosos, voltaram a funcionar, os maldosos do mundo invisível sentindo aquela vibração de amor, fugiram, outros começaram a chorar e vendo os tarefeiros celestes pediram ajuda.

Marta com seu tesouro subiu lentamente, como um sol a se afastar.
Todos os servidores do bem choravam emocionados.

Os tarefeiros espirituais entenderam que os iluminados servidores do Cristo atuam no anonimato, buscando apenas a felicidade de servir a humanidade

Os herois anonimos do mundo material, sentiram alegria e ternura, inexplicaveis,

Doutora Helena, Benedita, Rui, as duas trabalhadoras voluntarias, choravam discretamente, o indigente morrera, mas sentiam no coração. uma leve caricia, como se uma doce voz sussurrasse em seus ouvidos...
Muito obrigada...meus queridos irmãos... pela vossa generosidade..
Serei eternamente grata...

Ouviram uma suave música celestial dizendo;

Bem aventurados os sofredores porque é deles o reino do céu...

Obs. Os nomes dos personagens são fictícios

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