Quem sou eu

Minha foto
HOMEM COMUM BUSCANDO APRENDER SEMPRE

quinta-feira, 27 de maio de 2010

PERDÃO

P E R D Ã O


P providencia o alicerce da paz
E enobrece quem pratica
R restabelece a harmonia
D dilui, desintegra a mágoa
à alivia o sofrimento da alma
O obedece a ordem Divina

A Mulher iluminada me confidenciou:

-“ Depois de muito confrontar, questionar.
Meu ódio, minhas mágoas, meu rancor
Meus sentimentos de desforra.
Meus desejos de vingança.
Consegui com o coração... Perdoar...
Uma pessoa, que me fez muito mal.

Atendendo a vontade da minha alma
Comecei a orar em seu beneficio
Entrei em êxtase...
Novamente me vi, ao pé do monte
Ouvindo a voz, meiga, suave, e sublime
Do rabi da galileia

“Bem aventurados os puros de coração...
Porque eles verão a Deus...

Bem aventurados os mansos...
Porque eles herdarão a terra...

Bem aventurados os pacíficos...
Porque serão chamados filhos de Deus...

Bem aventurados os misericordiosos...
Porque alcançarão misericórdia...

Retornei do êxtase banhada em lágrimas
Verdadeiramente senti pela primeira vez
Escorrerem pelo meu rosto
O pranto da felicidade... “

Prometi, não citar seu nome, e vi no seu olhar
A felicidade de quem aprecia ...
O anonimato.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

MINEIROS...

MINEIROS...

O celular toca, atendo, e digo simplesmente, 'já estou indo.' Quando saí, passava das 17 horas, me aguardavam no restaurante em frente à firma.
Aquele local se tornou para nós, um verdadeiro ponto de encontro às sextas feiras. Nos descontraiamos, conversávamos sobre, futebol, política, cinema, economia, vida particular, medicina, enfim sobre qualquer assunto que viesse a baila, mas embora gostássemos da empresa, falar de trabalho ali, se tornava totalmente inconveniente. Após uma semana estressante de vendas, a palavra de ordem era descontrair.

Quando cheguei, minha cadeira já me aguardava. Entre os nove colegas de trabalho, um deles, jamais tinha visto, quando o garçom me perguntou, se beberia guaraná ou cerveja sem álcool, o desconhecido questionou._ "Uai. Ele não bebe" Moraes veio em meu socorro dizendo; _ "Ele só toma guaraná e de vez em quando cervejas sem álcool, porque há mais de vinte anos. É abstêmio." Valério toma a palavra._ "Ferreira, este aqui é o Sr Antonio, já ia te perguntar se você descobriria a origem dele, mas ele se entregou, falando Uai." Respondi convicto, 'com esse jeitão calmo, o olhar amigo de quem está sempre pronto a ser útil, e voz sossegada, não teria duvidas, É mineiro.' Rimos um pouco.
O novo amigo me cumprimentou com sorriso largo, dizendo. "Sim. Graças a Deus sou mineiro com muita honra, e caminhoneiro também," e antes que eu pergunta-se falou; "sou da região de Santa Luzia, conhece?" Respondi meneando a cabeça afirmativamente. O amigo continuou, "hoje estou muito feliz, depois de rodar, muitos anos por este Brasil inteiro, consegui finalmente, realizar antigo sonho; adquiri um pequeno sitio na minha cidade natal, e em breves dias, me aposento" Tomou fôlego para continuar e arrematou. _ "Vou aproveitar bem o ar puro, as pescarias. Os passeios no mato, plantar pequena horta, pequeno pomar, enfim usufruir o Maximo da natureza."

Alexandre levantou um copo com cerveja no ar e exclamou; _"Um Brinde ao Sr Antonio, pela sabia decisão." Cordeiro, um dos vendedores do grupo, comentou. _ "Você, está certo, o melhor que temos que fazer é isso, aproveitar o que for possível, antes que o desmatamento e a poluição acabem com tudo."

Sr Antonio, um pouco sério disse; _ "Realmente isso me preocupa, árvores, animais, plantações, pomares, florestas, e outras maravilhas do meu tempo de criança, quase já não existem." Adquiriu um brilho feliz no olhar e continuou falando. _ "Mas guardo comigo, ótimas lembranças da minha meninice.Fui criado no sitio do meu avô, ele possuía então, imenso apiário, abelhas de todos os tipos e tamanhos eram criadas onde se retiravam vários tipos de mel." Terminou falando com melancolia. _ "Hoje só sobraram duas colméias."

Neste momento tomei a palavra: _'Também estou assustado com esse processo de destruição da natureza, estive recentemente em Pedro Leopoldo, cidade próxima da sua (ele maneou afirmativamente a cabeça, confirmando) e voltei profundamente chateado. " Mas explico o motivo:
Tenho um casal de tios que moram lá, quando crianças eu e meus irmãos, algumas vezes, durante as férias escolares, íamos visitá-los. Para nós criados na capital (Belo Horizonte), ali se tornava um verdadeiro paraíso. Junto com os primos escalávamos imensos pés de mangas de vários tipos, pés de goiaba, pés de jabuticabas.
Certa vez, nas caminhadas que fazíamos em meio a outras propriedades, encontramos um pé de jambo totalmente carregado, enchemos os embornais e nos fartamos, Até hoje não encontrei fruta mais doce."

Continuei dizendo: _'Mas o ponto alto da nossa alegria, estava no ribeirão, que passava a poucos metros da casa, pequeno rio de águas cristalinas, é o que mais nos atraia. Essas imagens felizes da minha infância se abalaram, quando vi o estado que ficou o pequeno rio.
Construíram, fabricas de cimento no local e o ribeirão maravilhoso, se tornou um esgoto a céu aberto, os pastos e as plantações, viraram casas de alvenaria, os animais se foram, as estradas de terra se cobriram de asfalto, as carroças e carros de bois, desapareceram.' Terminei dizendo: 'Realmente a destruição do meio ambiente esta acelerada.'

O clima ficou um pouco pesado entre todos os colegas. Sr Antonio sentindo certo desconforto no ar, interveio com um grande sorriso e palavras alegres. _"Alegria pessoal. Estamos aqui para nos divertir", e sorrindo alegremente. Começou a falar:

_"Nem tudo esta perdido, vou lhes contar como foi a minha ultima viagem, naquelas bandas, meus avós, me pediram para buscar mel, peguei um balde e entrei no mato, fiquei mais de duas horas esperando as abelhas saírem, quando saíram, tranquilamente entrei na colméia e enchi a balde." E de forma feliz terminou comentando:
_"As duas colméias restantes são do tamanho de um pequeno caminhão, e as abelhas, tem um tamanho maior que uma caixa de fósforos."
Ele não continuou a falar, todos se levantaram, em protesto.
_"Isto é um absurdo, colméias maiores que caminhão? Abelhas maiores que caixa de fósforos," bradou o Seta, Vicente, e outros companheiros, a gargalhada foi geral. Ameaçaram banhá-lo com guaranás e cervejas. Não permiti, e fui em sua defesa.

'Calma pessoal, o que o nosso amigo está dizendo, é perfeitamente normal, vou contar a vocês, a ultima experiência alegre que vivenciei naquela cidade.'
Ajeitei a garganta com leve pigarro e comecei a narrar:
_Saí de Belo Horizonte bem cedo, levando comigo, meu Pai, minha tia Anita, minha irmã Ana e minha mulher Bete. Próximo ao nosso destino a estrada tranqüila e ladeada de vegetações, despertavam nossos comentários, o cheiro forte de mato, alegrava mais ainda o passeio.
Em determinado trecho, onde os ramos das arvores se encontravam pelo alto, de cada lado do caminho parecendo um túnel verde, de rara beleza, tia Anita me pediu para parar o veiculo, ela avistava uma flor diferente, de cor azul escuro, nos convidou a ver a planta de perto.

Estacionei no acostamento pequeno em cima de algumas pedras, descemos todos, meu genitor não quis, alegando que já conhecia a planta.
Caminhamos um pouco sobre a grama, e antes de encontrar a flor, ouvimos passos apressados em nossa direção, era meu Pai, que com aparência de assustado me disse:'
_"Filho: seu carro está assombrado, balança sozinho..." Respondi: _'Assombrado como Pai ?' Ele continuou:_ "Deve ser assombração, e apontou com o dedo _ Olhe.." Meus cabelos se arrepiaram, o veiculo se movia para cima, parecendo que alguém o levantava. Comecei a tremer, o que seria aquilo?

Minha irmã Ana e a tia Anita, corajosas e destemidas, foram verificar a causa, o gol continuava a balançar, meu pai as acompanhou, titubeei em ir, Bete me puxou pelo braço falando: Venha você é o motorista, tem que ir ver o que se passa.
Elas se abaixaram, e olharam debaixo das rodas, e Ana sorrindo exclamou:
"Não é assombração, você parou em cima de um sapo meu irmão," minha tia confirmou._"Um grande sapo, quando ele respira levanta o carro, tira o veiculo, que ele vai embora."
Minhas pernas tremiam, quando engatei a primeira e sai. O Sapo enorme, do tamanho de um pneu saiu pulando e embrenhou no mato.

Neste momento todos os colegas bateram na mesa, a balburdia era geral, me agarraram e começaram a dar pequenos tapas na cabeça, Sr Antonio veio em meu socorro afirmando:
_"Ele tem razão, isso acontece muito no interior de Minas, me dêem um voto de confiança, que provo isso ser verdade." _Provar como? Perguntaram todos em gargalhadas.
Ele calmamente, e com a cara mais tranqüila do mundo. Explicou: "Os sapos cresceram tanto assim, porque se alimentam das abelhas do sitio do meu avô."...

Desta vez, ficamos sem perdão. Assobios. Berros,_ "Esta é demais , abelhas com tamanho de caixas de fósforos, sapos grandes que balançam carros iguais a pneus, não dá para aceitar." falaram todos.

Tomamos um verdadeiro banho de cervejas e guaranás, derrubaram pacotes de salgadinhos em nossas cabeças.
O funcionário novato do restaurante, vendo a bagunça, gritou perguntando: _"O que vocês estão comemorando?"
Fábio respondeu. _"Comemoramos e parabenizamos a maior dupla que se formou neste boteco, nos últimos tempos." O garçom admirado exclamou: "Dupla de que?"
Fábio olhou novamente a balburdia e alegria de todos e comentou: _"De contadores de historias."
Meia hora depois após lavar a cabeça no toalete nos despedimos. A descontração foi geral.

Os momentos em que passamos juntos, me deixou completamente relaxado, estava preparado agora, para enfrentar o maior engarrafamento naquele horário, provavelmente o maior do país. Os doze km da Marginal Tietê.

Às Mães

Às... Mães...



A...Amor incondicional
S...Sensibilidade profunda

M...Mistérios inexplicáveis do coração
A...Amor que se torna razão da vida
E...Este sentir intenso, sem medidas
S...Só o criador explica


Peço a Deus que na sua infinita bondade abençoe todas as Mães.
E a todas aquelas mulheres que sem o laço consangüíneo amam seus filhos (as).


( A leitura a seguir é recomendada a corações fortes.)
( Os nomes dos personagens são fictícios )

**Um conto espiritualista em homenagem às mães**

Alegrias e dores de um Anjomãe. ( Maria )


No quarto hospitalar ricamente ornado de flores, a ternura estava presente em todos os corações, Catarina olhava embevecida para Carla recém nascida, que mamava no seu seio com sofreguidão, em sua volta, presentes estavam, o esposo, a mãe, o pai, irmãos, amigos, todos tinham os olhos marejados de lágrimas.
Anjomãe (Maria) ao seu lado, invisível aos olhos humanos, em pé orava em agradecimento a Jesus. Lembrou-se de alguns meses atrás, quando fora requisitada pelo Lúcio ( anjo da guarda de Catarina) ele falou; _ “Nobre Anjomãe, minha tutelada ao saber da gravidez entrou em pânico, está preocupada, porque é recém casada, ela e o marido se acham atolados em dividas, está acreditando o momento ser inadequado para gravidez.”
Anjomãe lhe acariciou o rosto e disse: _”Me chame de Maria, sou apenas tua irmã, vamos ver o que podemos fazer- “ - Somente com sua presença sem pronunciar um A, Catarina se reajustou. Espantou os maus pensamentos e se apaixonou pelo futuro bebê, se tornando uma gestante lúcida e cuidadosa com sua saúde e do feto, culminando no nascimento da menina forte e saudável.
Talvez influenciada por Lúcio ou Maria, Catarina olhando a filha com alegria falou baixinho: _” Oh!... filha me perdoe, no primeiro momento fiquei com medo, agora vendo você aqui, sinto que adquiri super poderes, estou preparada para vencer qualquer coisa neste mundo... obrigada filha por esta felicidade” - Seu esposo a beijou, e falou: “Eu também filha, tive receio, agora me sinto um super homem, nada mais me abala”- Começou a soluçar discretamente de felicidade, a avó chorava em abundancia o avô junto com os amigos enxugavam as lágrimas em silêncio.

Maria, aureolada de luz enquanto orava, recebeu um pedido de socorro de Rubens, um dos seus anjos auxiliares.
Ela comandava poderosa equipe de anjos socorristas, na velocidade do pensamento atendeu ao chamado.
Quando chegou, viu, uma moça andando devagar com o semblante crispado de sofrimento, carregando bebê recem nascido nos braços.

Rubens exclamou; _” Graças a Deus chegastes MãeMaria, a situação é desesperadora, esta irmã ao acabar de dar a luz, pensou em matar o bebê, felizmente conseguimos evitar o infanticídio, estamos tentando levá-la a local onde possa ser socorrida, mas os trevosos nos impedem, a envolvem e tentam fazê-la matar a criança.”

Mãe Maria sentiu um baque no coração, pensou em imediato tocar nos centros de forças da moça, a levando ao desmaio, assim o seu anjo da guarda teria tempo para buscar o socorro, mas a voz doce e suave da sua consciência a alertou; “ Somos seres a serviço da luz, não podemos interferir no livre arbítrio, as conseqüências poderiam ser desastrosas, se o Criador Divino não interfere no nosso livre arbítrio, quem somos nós para não respeitá-lo?”
Começou a orar, sua luz iluminou as trevas, os seres trevosos, fugiram apavorados, a moça um pouco cansada parou e sentou numa marquise próxima a grande maternidade, o bebê começou um choro muito fraco.
A jovem mãe falou com rispidez; “ Não chore, se não, te esgano aqui mesmo”
O bebê sentindo que sua vida estava por um fio, prendeu a respiração e ficou como um morto, os anjos estavam consternados com tanta maldade, a um ser indefeso.

Anjomãe a envolveu com toda a sua luz, buscou tocar o coração da moça, tentou encontrar a chispa Divina que existe em todos os seres da criação.
Magoa, ódio, desespero, cobriam a centelha divina.
Maria, sentiu seus esforços impotentes, o coração da moça envolto em ódio se apresentava inacessível, parecia o mesmo que tentar furar grossa placa de aço utilizando uma leve pena.
Os anjos não desistem.
Disse para si;
_ “ Se não posso, Há quem pode” -Suplicou o amparo Divino.
A desventurada mãe se levantou, talvez acreditando a criança estar morta, a colocou num saquinho de lixo se aproximou da lixeira titubeando, a jogou lá dentro.
Os anjos ficaram aliviados, agora poderiam agir em socorro do bebê. Inspirados por Maria, saíram tocando os corações das pessoas que estavam por perto.
Tarefa árdua, difícil, pois as pessoas estavam completamente absorvidas por seus problemas, não registravam a presença deles.

A moça sentiu aliviada por jogar a criança na lixeira, como se livrasse de grande estorvo, se afastou rapidamente dali, seguida por Maria.
Depois de algum tempo, pela telepatia, Rubens narra eufórico aos céus o resultado;_” Graças a Deus conseguimos fazer a menina chorar, aumentamos o sentido de audição de um segurança, ele possui coração dócil aos nossos estímulos, e já a encontrou, emocionado a encaminha para pronto socorro”.

Maria, olhou para o alto e disse; _”Agora sei que posso agir”- Tocou os centros de força da moça, que sentindo fraqueza sentou-se em banco de praça que apareceu em seu caminho, e praticamente desmaiou.
Maria usando a telepatia, pediu auxilio a anjos enfermeiros que atenderam prontamente, iniciaram tratamento ao corpo físico e astral da sofredora.
Dentro da praça surgiu luz de intenso brilho, muitos anjos se reuniram em torno do Anjomãe que começou a orar;

“Senhor Jesus... Neste instante nos dirigimos a vós em agradecimento ao seu auxilio cheio de amor, nos acontecimentos do momento.
Ainda somos almas que não compreendem os desígnios do nosso Pai Celeste...
Estamos felizes, a criança seguirá sua vida amparada por seu amor. Temos aqui nossa desventurada irmã, que sabemos também estar sob os desígnios do Altíssimo, e amparada por vós.
Ensinastes-nos a orar pelos sofredores, e criminosos.
Inspira-nos Senhor... a ver esta irmã como uma sofredora, enganada pelas ilusões deste mundo...
Bem sabemos que não podemos julgar ninguém, muito menos esta infortunada irmã
Pois sabemos que é muito fácil orar pelas mães bem sucedidas que amam seus filhos.
Fácil também orar pelas vitimas.
Raramente alguém se lembra dos criminosos, daqueles que cometeram crimes hediondos contra a natureza, e principalmente contra si mesmos, Nossa irmã não tem a mínima noção dos efeitos dolorosos e terríveis, da sua ação nefasta.
Pedimos nesta hora... Abençoe esta infeliz mãe, que esteve prestes a cometer um infanticídio, que ela consiga seguir sua vida sem mais delitos.
Derrame suas bênçãos Divinas a todas essas mulheres, que cometeram esses crimes terríveis. Mataram seus filhos, os jogando fora como lixo que se descarta.
Oh!.. Senhor... Com toda nossa alma te suplicamos ... Toque o coração destas desventuradas e infelizes criaturas, que jogam fora o direito Divino de serem mães... Toque suas almas ... Se não querem seus rebentos, que os deixem em local onde alguém possa encontrá-los, e dar-lhes o que mais precisam, amor e cuidados”...

Todos os anjos choravam ao término da prece.

Os anjos enfermeiros terminaram sua tarefa. A moça acordou mais disposta fisicamente sentindo uma pontada de remorso, que a acompanharia pelo resto da sua vida.

A plêiade luminosa se afastou.
Maria a abraçou, disse ao seu ouvido:
“Procure Deus no seu coração, por enquanto nada posso fazer por você, infelizmente tenho que deixá-la entregue aos trevosos, e quanto ao seu remorso, Só Jesus, pode aliviar seu sofrimento.”

As primeiras estrelas surgiam no firmamento, seres Divinos se sentiam felizes por terem sido úteis, aliviando os sofrimentos humanos.

A pobre moça não ouviu o Anjomãe, caminhava aparentemente despreocupada, acompanhada por seres trevosos sem saber que começava ali, um tempo de muitos sofrimentos.






Obs. Este texto dedico a todos os meus irmãos....
Filhos(as) de Dona Euplinda Maria

segunda-feira, 24 de maio de 2010

CARIDADE

C...Comanda a bondade do bom sentimento
A...A virtude mais poderosa da alma
R...Rica e abençoada qualidade do ser humano
I...Induz produz o despertar da compaixão.
D...Divina e poderosa ação, apoiada por anjos
A...Alivia acalma, os desesperos e sofrimentos
D...Desenvolve a generosidade com amor
E...E sinaliza o caminho luminoso da salvação



No parque em dia ensolarado a família feliz fazia um pique-nique, as crianças brincavam felizes em gangorras e balanços, os adultos conversavam alegres enquanto uma senhora de cabelos grisalhos preparava os lanches.
Mariazinha, a menina de uns oito ou nove anos pergunta para a avó:
“Vó, qual o jeito certo de fazer a caridade?” - Antes que ela respondesse o avô que estava próximo respondeu: _”Deixe que eu explico”
Pegou alguns lanches e chamou a neta para caminhar um pouco pelo parque, e sentaram em um banco.
O avô disse: _”Minha querida preste atenção naquilo que o Vô, vai fazer.”
Depois de algum tempo chamou um cachorro que ia passando e jogou um lanche, o animal meio desconfiado se aproximou e abocanhou o alimento, então o Avô, bateu o pé e disse asperamente. _“ Passa...”
O cachorro com o lanche na boca, com medo, fugiu correndo.

Dali a pouco vem vindo outro animal de aparência faminta olhando desconfiado.
Desta vez o Vô da menina age diferente, pega o lanche e chama o animal com carinho, em vez de jogar o lanche o coloca no chão com calma usando palavras carinhosas convida o cão para se alimentar.
O animal não vai embora, come mais lanches e retribuindo o tratamento carinhoso senta-se ao lado dos dois, permitindo ser alisado e abraçado pela menina.
Mariazinha alizando os pêlos do cachorro fala para o Avô:
_”Olha Vô, ele gosta de carinho, vou chama-lo de “amigo” e acho que ele gostou.
O homem de cabelos grisalhos, avô de Mariazinha, enquanto retornavam para junto da família acompanhado pela neta e o “amigo" ensinou:
_”Veja minha neta é assim que se faz a caridade, devemos tratar aqueles a quem ajudamos com respeito humildade e amor.

Devemos criar uma maneira de fazer o auxilio, deixando quem recebe contente, sem se sentir humilhado

Jamais devemos impor a nossa ajuda exigindo reconhecimento
Jamais devemos humilhar quem quer que seja

Se possível nos colocar no lugar de quem recebe
Pois, não sabemos o que vai acontecer no dia de amanhã
Fazer a caridade é obedecer a ordem de nosso Senhor Jesus

Você viu como o primeiro cão saiu assustado e não retornou?
Viu como este segundo cachorro ao ser bem tratado se aproximou e se tornou amigo?

O avô disse as últimas frases emocionado, a menina com lágrimas nos olhos respondeu:

_” Entendi Vô, ao ajudar os outros em vez de maltratar podemos fazer deles amigos”



Obs. Este texto foi copiado de um dos livros da maravilhosa obra de
* FRANCISCO CANDIDO XAVIER * O2 O4 1910 / 30 06 2002

QUEM EXPLORA PODE SER EXPLORADO...

Na fila enorme do banco, dialogava com um jovem estudante de direito, comentávamos sobre as explorações que às vezes nós somos submetidos. Quando ele de forma humorada comentou:
_”Vou contar para o Senhor uma historia que é muito comentada nas faculdades de direito.
Quando o Doutor Rui Barbosa era vivo, ele recebeu em seu escritório o Senhor Manoel açougueiro que perguntou: -"Doutor Rui, me responda uma coisa: quando um animal causa prejuízo a alguém? O responsável pelos danos é o proprietário do animal?"
Rui Barbosa tranquilamente respondeu: _Sim o dono do animal é quem deve ressarcir os prejuízos. -
O açougueiro sorrindo falou: _Então o Sr me deve 50 contos, (ou réis não sei bem o nome certo do dinheiro da época) porque o seu cachorro quando fiquei distraído, abocanhou um bom pedaço de carne e foi embora.-
Doutor Rui, mesmo sabendo que o açougueiro o estava explorando disse: _”O Senhor está certo” - pegou o dinheiro da gaveta e entregou.
Manoel, sorridente o cumprimentou e foi saindo.
Antes que o açougueiro chegasse à porta foi chamado pelo Doutor Rui, que falou; _”antes de ir embora me pague os 100 contos que me deve”
Seu Manoel perguntou surpreso: “100 contos... Como?... Porque te devo?...”

Doutor Rui, agora sorrindo explicou:_” O Senhor veio aqui se consultar comigo, o preço que cobro por consultas simples, é este...”
Manoel pagou e saiu esbravejando... Arrependeu-se de tentar explorar o advogado...” -

O estudante de advocacia, antes de chegar a sua vez de ir ao caixa ainda comentou:
“Moral da história, quem explora pode ser explorado.”
Então falei: _ “Também quem é mesquinho com animais, pode se dar mal”

As pessoas que estavam na fila começaram a rir.

A VISITA AOS AMIGOS DO RECANTO

Numa bela manhã conversava com meu amigo Zé... (*) falei da minha vontade em visitar os amigos do recanto, falei do carinho e apreço que sou tratado por todos os poetas e poetisas deste site maravilhoso e disse:
_ “Um sujeito como eu de pouca cultura ser tratado como um verdadeiro poeta, demonstra a bondade dessas pessoas, por isso se fosse possível gostaria de agradecer a cada um pessoalmente."
- O Zé sorrindo me respondeu:
_”Eu tenho a solução... Vem ver o meu carro que ficou pronto, com ele podemos visitar quem você quiser neste mundo.”- Debaixo de uma bela árvore estava um veiculo parecido com Fiat 147, modelo bem antigo, totalmente amarelo parecendo a cor do Sol. Com rodas azuis e brancas lembrando um céu com nuvens alvíssimas, uma verdadeira relíquia de veiculo, então exclamei:
_” Que beleza de carro antigo , e que cor maravilhosa”
Ele respondeu sério. _” Este automóvel não tem nada de antigo, olhe bem... Ele parece um Fiat velho. Mas não é, apenas o modelo é parecido, tem componentes de todas as fabricas de veículos deste planeta , possui a mais avançada tecnologia atual... E muitas coisas ainda desconhecidas das montadoras de carros”
Olhei atentamente o carro e vi, realmente jamais tinha visto coisa igual, perguntei ao Zé:
_”Qual, a marca deste veiculo? Quem montou ele para você? Onde comprou? É bicombustível, ou é movido à eletricidade?”- Fiquei fascinado pelo carro.
O meu amigo respondeu: _ Só posso te dizer que ele é movido a energia solar, o resto é segredo” - Não fiz mais perguntas, conheço o Zé muito bem- Quando ele não quer falar, é perca de tempo, insistir.

Quando entramos no veiculo ele me mostrou um aparelho no painel parecendo um pequeno JPS com teclado. Então disse: _ “Agora você vai saber a maravilha que é este veiculo, ele pode nos levar em segundos, aonde você quiser... vamos diga o nome de um amigo seu que quer visitar, é só digitar o nome e fechar os vidros que ele nos leva em frente a casa da pessoa...”
Olhei para o Zé surpreso e desconfiado, mas havia tanta convicção nas suas palavras que fingi que acreditei, e falei; _” Digite aí o nome do amigo mais próximo daqui, “GTADEUS” .
Fechamos os vidros o carro deu leve solavanco e quando abrimos os vidros, estávamos diante da casa do GTADEUS.
Fiquei em estado de choque meio abobado, com os olhos arregalados falando meio mole
_” Rapaz como isso é possível...Será que estou sonhando....
O Zé me deu um tapa nas costas, e falou: _” Deixa de ser bobo, acha que se fosse sonho sentiria este tapa que te dei, venha vamos chamar o seu amigo.... toque a campainha.”
Ao lado da casa havia um homem vestido totalmente de branco, parecendo ter sobre as costas uma mochila escondida.
Chamamos e ninguém atendeu, aí a vizinha educadamente nos informou que não havia ninguém o casal de professores haviam saído para levar o neto na escolinha de futebol e iriam demorar...
O Zé então explicou:
_” É melhor seguirmos viagem e passar na volta, infelizmente esta máquina só vai a um endereço , no futuro ela poderá localizar a pessoa aonde estiver, sugiro você visitar inicialmente os paulistas para não se perder nas visitas”
Digitei alguns nomes que me veio à mente naquele momento.”Jacó Filho, Cavenatti, JBLima, e tantos outros , quando paramos o carro na casa do Walter Arruda, o homem de branco com mochila nas costas informou; “ o poeta viajou para Minas”
Falei para o Zé: _”Até agora não conseguimos falar com ninguém, toda casa que chegamos os homens de branco informam que foram para Minas, acho melhor mudarmos o itinerário, deve esta acontecendo coisa importante naquele Estado.”
E digitei outros nomes, de poetas mineiros,José Claudio, Ronaldo José de Almeida, Fabio Brandão, Geraldinho do Engenho, e etc.. etc...
Na casa do José Claudio após chamarmos bastante e ninguém atender, veio o homem de branco e falou: “Ele foi visitar a Bienal, vai demorar...”
Os outros Poetas mineiros que visitamos, a informação era sempre a mesma, “foram visitar a Bienal.”
Comentei com o Zé... _Esta tal Bienal deve ser pessoa muito importante, os paulistas vieram para cá e junto com os mineiros foram visitá-la.

Já era noite alta quando o carro parou defronte ao comercio do Geraldinho do engenho, o homem de branco se aproximou e talvez lendo nossos pensamentos informou que o poeta tinha ido para casa descansar.
Nos incentivou a visitá-lo dizendo que o Geraldinho ficaria feliz com nossa visita e nos ensinou o caminho “ Depois do segundo capoeirão ao lado de pés de mangas e pés de goiaba encontrarão a porteira de entrada do sitio do poeta” agradecemos ao homem e seguimos viajem.
O Zé falou; _” Já te disse M... Este carro so tem registrado um endereço de cada pessoa, no caso do amigo Geraldinho temos que ir pelo caminho que o homem nos ensinou...”

A noite estava tão bela que abaixamos os vidros do carro e ficamos apreciando o firmamento, o Zé enquanto dirigia devagar, apontava as estrelas, me falava os nomes. “Ali... estão as três Marias ... Lá esta o Cruzeiro do sul...aquela deve ser a estrela Polar..”
Fiquei admirado com o meu amigo, ele sempre se dizia semi analfabeto, percebi que sua cultura estava muito alem do que mostrava, - e nesse contemplar as estrelas, nos perdemos.
Numa curva da estrada o farol alumiou um garoto pretinho com gorro vermelho na cabeça, sem camisa, o chamamos para pedir informação, ele se aproximou pulando numa perna só carregando um cachimbo na mão, e disse:
_” Prá donde ôces vão?
Explicamos que íamos para a casa do Geraldinho do Engenho ele aconselhou:
_”Acho mio, ôces deixa pro dia, esse camin aqui, é pirigoso...tem onça braba, mula sem cabess, lobisome, assombração, cornsei de quem sabe, conheço tudo isss, aqui...”
Confesso que fiquei com medo, mas para não demonstrar falei para o Zé:
_”Acho que o garoto tem razão é melhor deixar o amigo descansar, a gente passa na volta.
Já sei onde vamos, sei, quem nesta hora deve estar acordado admirando as estrelas.”
O Zé deu ao garoto um pacote de balas e ele saiu pulando alegre e sumiu
Digitei o nome de “Irineu Gomes”. O carro parou num belíssimo campo florido e encontramos o poeta deitado dormindo com semblante feliz .
Pensei... “ Ele deve estar sonhando com estas estrelas brilhantes, mas vou chamá-lo" - Toquei em seus ombros e falei:
“ Irineu... Irineu...

Senti um chacoalho e acordei... Estava ao lado da minha esposa na cama, ela me balançando falava:
“ Acorda homem esta falando muito sozinho, tá tendo um pesadelo?
Quem é esse Irineu?...
Ainda meio zonzo expliquei: “Visitava os amigos do recanto com o Zé...”
Sorrindo ela me disse:_” Você e esse seu amigo Zé, estão sempre em meio a aventuras”
- Me acariciando chamou. _”Vem enquanto faço o café você me conta este sonho”.

No outro dia encontrei com o Zé para comentar a aventura da noite anterior.
Falei: _” Zé..., acho que fizemos tudo errado, Acabamos não encontrando ninguém pessoalmente, e ficou uma multidão de poetas por este Brasil afora para visitarmos.
Se tivesse digitado logo o nome Bienal, teríamos encontrado a maioria deles. E ainda estou curioso quem será esta tal de Bienal? Deve ter sido uma festa muito boa, talvez alguma comemoração importante.”
O amigo respondeu: “Fique tranqüilo você vai descobrir... e não se preocupe sempre a primeira viagem é a mais difícil, logo vamos pegar muita pratica, as visitas ficarão fáceis de fazer.”-continuou falando;
“ Acabei de preparar a lista das maravilhas do nosso Brasil, na próxima viagem vamos conhecê-las pessoalmente”
Comentei:_” Olha Zé antes de você me mostrar a lista dos nomes das maravilhas, gostaria que você respondesse uma coisa... minha mulher falou que o menino que encontramos é o Saci Pererê - quem são aqueles homens brancos com mochilas nas costas que encontramos na frente de todas as casas que visitamos?”

Ele respondeu:_”Rapaz, tua mulher tem razão, é o Saci Pererê, o danadinho nos enganou com a aquela historia de onça pirigosa e assombração, na próxima ele não engana mais....
Aqueles homens de branco, já descobri quem são...
São anjos protetores, e escondem as asas nas costas parecendo que carregam mochilas, estão ali a serviço do Céu
Como você sabe, as autoridades Celestiais tem muito apreço pelos poetas e poetisas.”

Na lista das próximas visitas que faríamos, vi, o nome de incontáveis poetisas do Recanto das Letras e comentei:
“Puxa que felicidade iremos vivenciar.... Realmente elas são as Maravilhas do nosso Brasil...
“Só não sei o que vou explicar, quando acordar falando o nome delas e minha esposa perguntar quem são”
Zé... afagou-me os ombros e falou... Ela não vai ficar enciumada, pois sabe que seu coração é dela... é fácil, é só dizer que são apenas... sonhos ...
Tua mulher vai acreditar...

Então rimos para valer...

HEROIS ANONIMOS

A Doutora Helena viu a enfermeira Benedita Juntamente com o enfermeiro Rui cuidando de um paciente no corredor do grande hospital, ficou curiosa, sempre que aqueles dois se juntavam era porque alguém poderia estar sem atendimento, se aproximou.
Os três juntos formavam as aberrações do hospital. Benedita a enfermeira, possuía paixão pela sua tarefa, seu auxilio, dedicação, carinho aos pacientes mais humildes iam sempre contra os interesses da administração, como não podiam despedi-la a colocaram numa sala apenas para separar fichas.

Rui era considerado um enfermeiro louco, exercia a sua função com energia impressionante, nunca estava cansado, carregava pacientes nos braços. Fazia o que fosse possível nas horas mais difíceis, se preciso fosse subia escadas com pacientes em cadeiras de rodas ou macas, uma verdadeira máquina de trabalho, mas sempre atencioso com os doentes, ficava atento ao atendimento e às vezes chamava atenção dos médicos, em relação aos procedimentos, a cada paciente dispensava tratamento de amigo, e nas horas de folga dedicava seu tempo, a bater papo nas salas de atendimento.
Suas ações também sempre iam contra os interesses da administração, por isso, sempre o jogavam nas piores tarefas, e procuravam tolher suas ações.

Helena se tornara médica por vocação, muito séria e às vezes ríspida, medicava com energia e coragem, colocava sempre os interesses do paciente em primeiro plano, um pouco materialista, porém ouvia muito a voz do coração, também a administração a perseguia, mas a sua atuação a fizeram uma médica imprescindível naquela ala hospitalar.
Para os administradores aquele trio representava grande problema.
Todavia à noite, um concerto de orações se dirigia ao criador, pedindo benção para eles, os doentes humildes agradeciam a ajuda.

A doutora afagou o ombro de Benedita e perguntou: _”Quem é esse paciente? Benedita respondeu: _” Nós o chamamos de "Bendito" porque sempre ele usa esta palavra para nos agradecer o tratamento, mas é um indigente não tem documentos, não tem parentes ou amigos parece que é sozinho no mundo.”
Na maca estava um homem idoso, com as marcas do sofrimento no rosto, via-se nitidamente pessoa abatida pelas necessidades, alguém que provavelmente passara muita fome, frio, no olhar o sofrimento de alguém que não suportava mais as dores.
A médica, decidida e pratica, o examinou, constatou o seu estado gravíssimo, sentiu no coração que nada mais poderia fazer, tratamento ou medicação alguma reverteria o quadro, o paciente já estava começando a sentir os sinais da morte, com respiração dificílima.
Rui meio rindo falou: _”Doutora, parece brincadeira mas os únicos amigos do Bendito, são dois cachorros que há dias não arredam pé da frente do hospital e só não entram porque os guardas não deixam.”

Neste momento iluminada entidade espiritual se aproxima e toca a fronte de Helena, ela sente uma alegria interior inexplicável, um sentimento de compaixão profundo, fica feliz já havia sentido isso antes e fala, sorrindo:
_”Deixa que Eu falo com os amigos dele”
Sai do hospital com passos decididos, atravessa a rua, os dois animais se levantam, levantam as orelhas como se soubessem que a Doutora vinha falar do amigo internado.
Ela compra alguns frios na mercearia da esquina, o balconista enquanto embrulha pedaços de lingüiça defumada comenta:
_” Doutora se a senhora estiver levando para dar aos cachorros, acho que é perda de tempo, fazem dias que eles estão aqui e tudo que ofereci eles não aceitaram”- ela sorri e responde;
_”Eu sei, eles estão tristes porque o amigo se encontra internado, mas vou tentar alimentá-los, muito obrigado.”
Ela senta na escada da saída do estabelecimento e chama os animais com palavras carinhosas, o cachorro menor parecendo ser o mais velho se aproxima lentamente, Helena fala:
_Meus queridos a noticia que tenho para vocês não é nada boa, o bendito está muito mal e acredito que hoje ele vai ao encontro de Deus. –
Viu no olhar dos cachorros muita tristeza, ofereceu os alimentos, o cachorro maior se aproximou, mas ficou aguardando a autorização do animal menor, que mal olhou para as iguarias. Helena acariciou o pêlo do cão menor e insistiu...
_”Não adianta nada vocês ficarem sem comer, o Bendito não tem mais chances... é melhor vocês seguirem com suas vidas, vamos comam vocês precisam”... - Dali apouco os cães comiam com muito apetite.
Lágrimas grossas desceram pelo rosto da Médica, Helena pensou consigo mesma. “Nunca em minha vida senti tanta felicidade em alimentar animais”
Retornou para o hospital sem se importar com os olhares esquisitos das pessoas que assistiam a cena.
Havia no ar uma atmosfera de paz e harmonia, todas as pessoas do hospital sentiam uma espécie de alegria.
O estado de Bendito ficava cada vez pior, Benedita e duas mulheres, trabalhadoras voluntarias oravam pela melhora do doente, Rui foi chamado para cuidar dos seus afazeres.

No plano espiritual a movimentação ficou intensa, enfermeiros, médicos, e todo tipo de auxiliares do mundo invisível, circulavam pelo hospital.
Roberto médico encarregado do caso Bendito, cumprimentou a iluminada entidade que tocara na fronte de Helena, falando:
_ ”Seja bem vinda nobre Doutora Claudia... Acho que toda esta movimentação é por causa da senhora, fomos informados que grande missionária do cristo viria buscar nosso tutelado, assim diversas entidades de todas as áreas vem em sua homenagem”
Claudia, com semblante iluminado respondeu: _ “Meu querido Roberto sou apenas uma auxiliar na grande falange do bem, agradeço o teu carinho, mas está equivocado, a informação que meu coração me diz é que a grande Missionária, já esta presente em nosso meio, incógnita, usando trajes grosseiros para sua estatura espiritual, estou aqui porque sei que logo que ela entrar em oração a sua vestimenta pesada que cobre o seu corpo vai se desfazer, então a conheceremos.”

Os médicos e enfermeiros se entreolharam, "Bendito", apresentava estar abandonado, nenhum parente apareceu para visitá-lo, nem no plano físico e nem no plano espiritual. Somente as trabalhadoras voluntarias vinham orar e prestar auxilio nos tratamentos. Quem seria esta servidora do Cristo presente no meio deles?

O estado de Bendito se agravou, no plano físico, Benedita pegou sua mão, Doutora Helena a postos sem mais nada poder fazer, e duas desconhecidas voluntarias assistiam seus últimos suspiros.
No mundo invisível, a maca estava rodeada de enfermeiros e médicos, o especialista médico que desliga o cordão de prata, estava a postos, em oração aguardando para agir.
Na cabeceira do moribundo uma senhora simpática servidora voluntaria, senta-se na maca e põe a cabeça de Benedito em seu colo, alisa suavemente o seu rosto...
Bendito dá os últimos suspiros e com olhos abertos olhando para o infinito começa a gemer alto.
Para o mundo físico são os estertores da morte, para o mundo maior, são o inicio de nova vida, ele balbucia:
_”Graças a Deus anjo Bendito vieste finalmente me buscar?....
Oh que felicidade.. que alegria.... Oh me Deus finalmente chegou a minha hora...
Os enfermeiros espirituais ficam surpresos... Será esta a Missionária tão esperada? Esteve com eles agindo como entidade comum, apenas auxiliando discretamente, e pensaram;
_Não.. não... Pode ser... Com certeza a servidora do Cristo ainda virá”
Roberto o médico encarregado de cuidar de "Bendito" se aproxima e pergunta;
_” A irmã é parente do nosso tutelado?
A mulher desconhecida que se apresentou como voluntária, com o rosto banhada em lágrimas fala:
_”Não meu querido irmão ele não é apenas meu parente....
Ele é, a Alma da minha Alma.... Fazem mais de quinze séculos que aguardo este momento sublime, é impossível para vocês avaliarem o meu martírio em vê-lo sofrer tanto e não agir, não interferir, infinitas vezes me perguntei para quê tantos poderes espirituais, tantas benesses recebidas se não posso compartilhar com o amor da minha alma.
A palavra meiga e sublime do Mestre Jesus nestes momentos me sustentavam, me pedindo paciência e aceitação dos desígnios do pai Celeste, acompanhei sempre que me permitiam cada passo cada erro cada falha cada acerto, e finalmente nesta existência ele conseguiu aliviar o seu carma e nosso Senhor Jesus me permitiu vir buscar, o meu tesouro.
Do fundo do meu coração agradeço a todos vocês que movidos apenas pelo prazer de servir o trataram...
Meu nome é "Marta"... Uma servidora de todos vocês em nome do Cristo...”

Enquanto Marta falava uma luz se acendeu em seu peito, as grossas formas que envolviam seu corpo se desmancharam e surgiu à visão de todos Belíssima mulher, causando Divino espanto nos tarefeiros espirituais.
Imensa ternura sentiram todas as entidades, que estavam aboletadas no hospital e nas adjacências
Com leve sinal ela autorizou o médico, que rapidamente desligou o cordão de prata, então "Bendito" saiu do corpo e ao ver Marta se ajoelhou chorando, não conseguiu falar.
Ele desmaiou, Marta o colocou nos braços como se fosse criança.
E orou...
Senhor Jesus... Não existem palavras que possam exprimir minha felicidade neste momento, desde aquele instante sublime que me tocaste o coração, a mais de dois mil anos, minha alma não vivenciou tanta felicidade. Ter a honra de servir em seu nome, me entregar de corpo e alma à sua causa de amor, no decorrer dos séculos, por diversas vezes me fizeram conhecer as dores mais atrozes.
As suportaria novamente Senhor... Infinitas vezes em agradecimento a este momento.
E te peço Divino Mestre... me permita distribuir todas as benesses, todas as energias de amor que emana de ti, em direção a minha Alma, a estes irmãos que estão presentes neste momento, me permita envolver este local com toda a luz e ternura do meu ser, desintegrar todas as vibrações negativas e aliviar a dor dos enfermos....
Agradeço-te Senhor da minha alma... a infinita felicidade que me ofereces.... com seu infinito amor...

Um verdadeiro Sol se acendeu naquele hospital.
Local destinado a sofrimentos e dores - todas as pessoas do mundo físico sentiram aquela efusão de amor, felicidade, a alegria se espalhou
Aconteceram algumas curas espontâneas, até aparelhos, lâmpadas prejudicadas pela ação dos trevosos, voltaram a funcionar, os maldosos do mundo invisível sentindo aquela vibração de amor, fugiram, outros começaram a chorar e vendo os tarefeiros celestes pediram ajuda.

Marta com seu tesouro subiu lentamente, como um sol a se afastar.
Todos os servidores do bem choravam emocionados.

Os tarefeiros espirituais entenderam que os iluminados servidores do Cristo atuam no anonimato, buscando apenas a felicidade de servir a humanidade

Os herois anonimos do mundo material, sentiram alegria e ternura, inexplicaveis,

Doutora Helena, Benedita, Rui, as duas trabalhadoras voluntarias, choravam discretamente, o indigente morrera, mas sentiam no coração. uma leve caricia, como se uma doce voz sussurrasse em seus ouvidos...
Muito obrigada...meus queridos irmãos... pela vossa generosidade..
Serei eternamente grata...

Ouviram uma suave música celestial dizendo;

Bem aventurados os sofredores porque é deles o reino do céu...

Obs. Os nomes dos personagens são fictícios

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O valor da Especialização

Estava tomando um cafezinho na padaria do amigo Faustino e ouvindo um debate acalorado entre dois estudantes, falavam da importância e a não importância de fazerem cursos técnicos
Faustino pediu licença, os interrompeu, e disse: _ “Vou contar a vocês uma historia que ouvi de outras pessoas, mas que esclarecem a importância de uma especialização.
Consta-se que numa grande indústria uma imensa máquina, parou de funcionar causando grandes prejuízos. O industrial proprietário da fabrica chamou um renomado especialista, o técnico e seu ajudante passaram o dia inteiro, medindo ligando, desligando, desmontando, montando de novo as peças da enorme máquina e finalmente encontraram o problema, explicaram ao dono da Fábrica que havia apenas um parafuso danificado, trocando este parafuso a máquina voltaria ao seu normal.

O industrial respirando aliviado disse: _”Ainda bem, podem consertá-la, e quanto vai me custar esta troca de parafuso?”
O técnico respondeu: “Apenas dez mil reais”
O dono da máquina falou com arrogância: _ “Isto é um absurdo, esta máquina custa mais de milhão de dólares, por isso você cobra tão caro... esse parafuso deve custar no máximo um real...
Está bem; eu pago se me explicar na nota o porquê deste parafuso custar esse preço exorbitante.”
O técnico tranquilamente disse:_” O senhor tem razão este parafuso custa mesmo, um real”
E descriminou na nota:
Um real = preço do parafuso de reposição
+ nove mil novecentos e noventa e nove reais= preço da pesquisa em encontrar o parafuso
Total = dez mil reais
E comentou calmamente; _” Se o senhor soubesse qual o parafuso danificado em meio aos milhões que existem nesta máquina teria economizado; nove mil novecentos e noventa e nove reais”

Quando Faustino terminou de falar os rapazes riram, pagaram suas contas, agradeceram bastante pelo esclarecimento e foram embora.
Também me despedi e quando fui pagar o café, ele disse:

_ Deixe de Bobagem. Você sabe que eu não cobro seu café, e se fosse cobrar, cobraria, mil reais”.
Perguntei curioso: _”Você teria coragem de me cobrar mil reais por um café ?”
Rindo me respondeu: _” Claro, um real pela xícara de café, + novecentos e noventa e nove reais pela história.”

Aí caímos nas gargalhadas...

CONVERSANDO COM UM CACHORRO

Doutor Estevão resolveu caminhar naquela belíssima manhã, sentia falta de estar no meio da multidão como um cidadão comum, olhar vitrines, olhar bancas de camelôs, retirou a gravata e o paletó, torceu para ninguém o reconhecer sua imagem de famoso e bem sucedido advogado estava na mídia.
O celular toca, a voz da secretaria incomoda seus ouvidos. _Doutor o Senhor Já está vindo?. Ele responde: _’Amanda hoje não estou para ninguém, vou desligar o celular, desmarque todos os compromissos, invente qualquer coisa e nem tente me localizar. ’
Desligou o celular e continuou andando por todo o centro da grande metrópole sem destino sem direção, quando se sentiu cansado parou numa grande praça arborizada, não quis sentar nos bancos, usando o paletó forrou a grama entre as raízes de grande arvore e se sentou, sentia a necessidade de ficar sozinho com seus pensamentos, retirou os sapatos e descalço se dirigiu ao carrinho de lanches a poucos metros de onde estava, comprou um cachorro quente.
Velhas lembranças de dias difíceis do passado lhe vieram a mente, se lembrou dos tempos da faculdade e dos empregos de baixos salários, antes de morder o primeiro pedaço do lanche, viu a seu lado um cachorro grande totalmente negro o olhando como se pedisse um pedaço, jogou a metade para o animal, que comeu e ficou aguardando mais, ele sorriu e falou:
_” Tá bom... pode comer tudo” estendeu a mão, e o animal tranquilamente abocanhou o lanche delicadamente. Ele sorriu novamente e falou; _” Você é mesmo educado Hein.. negão.” Vendo que o cachorro não ia embora resolveu buscar mais lanches.
Durante a preparação do lanche o Sr de cabelos grisalhos comentou: _” Já vi que o Doutor está bem acompanhado... sugiro levar quatro ou cinco lanches, pois este cão é muito inteligente, ele sabe atravessar ruas em meio aos carros, sabe fugir da carrocinha, foi preso varias vezes e conseguiu escapar, gosta de viver assim solto, sem dono... e tem mais... sempre dá um jeito de responder as nossas perguntas. Por exemplo sei que ele não gosta de lanches com molho. Nós o chamamos de ‘Conselheiro’, porque sempre dá respostas inteligentes das nossas questões”
As considerações do vendedor de cachorro quente pareceram ridículas para Estevão, que sorrindo pediu: _”Pode fazer os cinco lanches, vamos encher a barriga deste esfomeado.” Voltou a sentar nas raízes da arvore, enquanto Negão comia demonstrando grande apetite, O Doutor começou a falar em tom jocoso:
_”Conselheiro, acho que com você posso desabafar, neste momento meus amigos estão muito ocupados para ouvirem meus problemas , além do mais todos me acham um super poderoso, acreditam que sou imune a sofrimentos.” O animal parou de comer e o olhou, parecendo estender o que dizia.
Estevam animado com a atenção comentou com seriedade._” Há coisas que não entendo somos uma família de origem pobre, com muita dificuldade e sacrifícios cheguei onde estou, porém meus pais não me entendem, moram ainda em bairro humilde da periferia, tentei trazê-los para local melhor em casa confortável cheia de empregados, mas não querem, e para piorar, minha mulher e meus filhos os defendem alegando que devo respeitá-los, será pecado querer o melhor para genitores?... Outro dia minha mãe disse que me tornei orgulhoso prepotente, quando tentei explicar que no meio de Autoridades de alto escalão, desembargadores, juízes preciso ser assim, meu pai respondeu com jeitão de interior; ‘ Filho, mesmo convivendo com Reis precisamos manter nossa humildade, ser humilde é uma qualidade e não defeito”.
O Doutor parou de falar por momentos e depois perguntou: _”O que acha do que falei?... ” Conselheiro parou de comer, o olhou fixamente. Estevam meio sem jeito com o olhar insistente do animal disse:_ ”O que quer me dizer?... Ah! Entendi, você acha que tenho inveja dos meus irmãos com meus pais, acredita então que sendo bem sucedido como sou fico invejando aqueles operários , pois é isso mesmo o que eles são, se não conseguiram o sucesso que tenho a culpa não é minha, só porque sou o melhor de todos meus pais me hostilizam?”
O cachorro voltou a comer. Estevam comentou com voz compreensiva; _” Estou me sentindo um tolo, se algum conhecido me visse neste momento conversando com um cão, provavelmente me acharia louco. Mas quem está certo é você, no fundo invejo meus irmãos, eles se dão bem com meus pais pois são humildes iguais a eles, sinceramente gostaria de ser assim, penso ser isso impossível”.
O cão conselheiro terminou o seu lanche e movimentou o foucinho como se dissesse; ‘ tudo é possível’ O Doutor sorrindo achando possível estarem dialogando perguntou: _”Como?... O que faço quando ganhar uma causa e me sentir todo orgulhoso”.
O animal Deu uma volta em torno dele e da arvore, parou exatamente na sua frente e olhou para o céu, fez o movimento varias vezes, o olhando e olhando para o alto. Estevam tentou captar o que ele queria dizer e após alguns segundos se estremeceu, e falou:
_”Entendi o que quer dizer... Quando me sentir todo poderoso, quando estiver acreditando ser minha capacidade inigualável, tentarei me comparar com as estrelas. Se a nossa terra é menos que um grão de areia no universo, sou menos que um cisco neste planeta, não há razão para me sentir superior.”
Afagou os pelos do animal e comentou; ¬_” O amigo do cachorro quente tem razão, estou diante de um sábio. Então meu sábio cachorro, me responda... quando receber elogios e for condecorado por meus feitos me sentindo envaidecido e orgulhoso como um pavão, o que faço?. O animal o olhou fixamente e depois se abaixou cobrindo o focinho demonstrando estar envergonhado, Estevam demorou a entende-lo, Depois de alguns minutos de reflexão, ficou emocionado e falou:
_” Está me dizendo que quando isto acontecer devo me lembrar dos momentos de vergonha?” Conselheiro balançou vigorosamente a cabeça confirmando. O Doutor sentiu lagrimas nos olhos.
Refletiu... A vida é feita de momentos gloriosos e momentos de vergonha, em ambos os momentos temos que manter nossa simplicidade e humildade. O cão o olhou com olhos brilhando, como se o agradecesse pela refeição, foi embora lentamente.
Doutor Estevão profundamente emocionado carinhosamente disse: _”Eu que te agradeço meu amigo.”
Se dirigiu ao carrinho de lanches entregou o seu cartão ao Senhor de cabelos grisalhos, pedindo que daquele momento em diante tanto ele como o cachorro, o considerassem um grande amigo.
O vendedor apertou sua mão efusivamente e falou: _ “Acredito que conselheiro gostou do Doutor, ele é livre, quando não gosta de alguém range os dentes e põe qualquer um para correr, Da minha parte é uma honra ser teu amigo, pois geralmente as pessoas que conversam com animais são grandes seres humanos.
Estevam resolveu caminhar mais um pouco para coordenar as idéias, afinal havia aprendido a formula para vencer seu orgulho.